Não é fácil traçar um lugar exato para o movimento dos anabatistas, pois os mesmos mudavam-se durante os períodos de graves perseguições. Outro problema é o apelido que eles levavam. Houve tempo em que mais de um apelido foi usado para designar o mesmo grupo de pessoas, é o caso dos montanistas na Ásia, Paulicianos na Arménia e Donatistas na África do Norte, todos viveram na mesma época entre os séculos IV ao VIII. No período que vai desde o ano 160 até 1100, houve pelo menos quatro grandes e influentes grupos de anabatistas. São eles: Os Montanistas - principalmente na Ásia Menor; Os Novacianos - Na Ásia Menor e na Europa; Os Donatistas - por toda a África do Norte; e os Paulicianos - primeiramente no Médio Oriente, indo para o centro europeu e de lá para os Alpes no sul e regiões campestres no norte da Europa.
Os apelidos que receberam derivavam-se ou de um nome pessoal (exemplo: Donatistas de Donato) ou podia ser derivado de um lugar (exemplo: Albingenses da cidade de Albi no sul da França). Porém, o que mais importava nestes quatro grupos, não era o nome que recebiam, mas se realmente eram fiéis às doutrinas da Bíblia.
OS ANABATISTAS CONHECIDOS COMO MONTANISTAS.
Oficialmente os montanistas foram os primeiros cristãos a serem chamados de anabatistas pelos cristãos infiéis ou hereges. O apelido montanista vem do nome próprio MONTANO, que foi um pastor frígio que viveu por volta de 156 A.D.
Foi um movimento que varreu toda Ásia Menor num momento em que as igrejas estavam a ser destruídas pelas heresias da Salvação pelo batismo e a idéia de um bispo monárquico. Os montanistas insistiam em que os que tivessem decaído da primeira fé deveriam ser batizados de novo.
O historiador contemporâneo Earle E. Cairns diz que o movimento foi uma tentativa de resolver os problemas do formalismo na igreja e a dependência da igreja da liderança humana quando deveria depender totalmente do Espirito Santo. E também acrescentou que o montanismo representou o protesto suscitado dentro da igreja quando se aumenta a força da instituição e se diminui a dependência do Espirito Santo. (O Cristianismo através dos Séculos, pg 82 e 83).
Como a sua mensagem era uma necessidade para as igrejas o movimento espalhou-se rápidamente pela Ásia Menor, África do Norte, Roma e Oriente. Algumas igrejas grandes chegaram mesmo a serem chamadas Montanistas. Foi o caso da igreja de Éfeso. Tertuliano, considerado um dos maiores Pais da Igreja, por ser bom estudante da Bíblia, atendeu aos apelos do grupo e tornou-se montanista. Apesar de serem radicais quanto as regras de fé de uma igreja eram pessoas humildes e mansas.
As igrejas erradas reagiram contra esse movimento. No concílio de Constantinopla, em 381 (portanto nesta época a igreja e o Estado já estavam casados um com o outro), os pastores das igrejas heréticas ou católicas declararam que os montanistas deviam ser olhados como pagãos, serem julgados e mortos.
As igrejas erradas tinham verdadeiro ódio aos montanistas. O próprio Montano é visto como um arqui-herege da Igreja. Os livros inventam e condenam o movimento chamando-lhe pagão e anti-cristão. Na verdade pagãos e anti-cristãos eram os membros das igrejas erradas. Assim que as igrejas erradas casaram-se com o Estado veio a perseguição das mesmas contra os montanistas.
Vale um ressalvo ao amigo leitor. Muitas enciclopédias, ou livros, mencionam coisas ruins sobre grupos anabatistas (tais como: Montanistas, Donatistas, Novacianos, Cátaros, Paulicianos, Valdenses, Albingenses, e até mesmo os Anabatistas do século XVI). Temos que lembrar que faz parte da natureza corrompida do homem culpar os outros pelos seus erros, bem como, difamar o outro para salvaguardar a sua vida ou a sua integridade diante dos outros. Vejamos o caso dos judeus no tempo de Cristo. Os tais, malignamente mataram o Senhor Jesus, e, sabendo da ressurreição, colocaram vigias para guardarem o túmulo (Mat. 27:62-66). Não podendo evitar que Jesus saísse de lá, resolveram difamar os seus discípulos, pagando aos guardas que mentissem, dizendo terem roubado o seu corpo (Mat. 28:11-15). Não fosse a Bíblia, a Palavra de Deus, testemunhar que era mentira o que diziam os judeus, e então, estaríamos todos a pensar que Jesus nunca ressuscitou. Aliás, este ainda era o pensamento no tempo do apóstolo Paulo (Actos 25:19), sendo que o próprio Pôncio Festo, governador da Judéia, acreditava nesta mentira inventada pelos judeus. Portanto, não podemos acreditar nas enciclopédias e livros que são escritos por católicos ou protestantes, os quais, participaram de massacres contra os anabatistas. Os Cátaros ? também conhecidos como albingenses por exemplo, foram terrivelmente esmagados numa cruzada ordenada pelo Papa Inocêncio III. Foi um grupo praticamente exterminado numa das mais cruéis e sangrentas ações assassinas já vista no