28/02/2012

ESTÁ A IDOLATRIA A MARIA CONFORME O 2º MANDAMENTO?

“Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não re encurvarás a elas nem as servirás” (Êxodo 20.4-5).
“Não farás para ti” – Entende-se a posse do objeto quando destinado ao culto, à homenagem, à prece, à veneração. Deus não condena as obras de arte, escultura ou pintura de valor histórico e cultural.
“Nem alguma semelhança do que há em cima nos céus” – Não encontramos diferenças relevantes de tradução nas versões consultadas. A proibição não alcança apenas as imagens dos deuses, mas diz respeito, também, ao que existe nos céus: A Trindade (Pai, Filho, Espírito Santo), os anjos e os salvos em Cristo. Logo, estátuas de Jesus, dos santos apóstolos, de Maria, e de quantos, pelo nosso julgamento, estejam no céu, não devem ser objeto de culto.
“Não te encurvarás a elas” - Deus proíbe qualquer atitude de reverência ou respeito, tais como inclinar respeitosamente o corpo ou ajoelhar-se diante das imagens; prostrar-se com o rosto no chão; tocá-las; beijá-las; levantar os braços em atitude de adoração; tirar o chapéu; ficar em pé diante delas em estado contemplativo. Enfim, Deus proíbe fazer qualquer gesto com o corpo que expresse admiração, contemplação, fé, devoção, homenagem, reverência.
“Não as servirás” - Não servir com flores, velas, cânticos, coroas, festas, procissões, lágrimas, alegria, rezas, vigílias, doações, homenagens, devoção, sacrifícios, incenso. Não lhes devotar fé, confiança, zelo, amor, cuidados. Não alimentar expectativas de receber delas amparo, curas e proteção. Não colocá-las em lugar de destaque, em redoma ou em lugares altos.
A Igreja de Roma reconhece a proibição, mas decide por não acatá-la, como adiante:
“O mandamento divino incluía a proibição de toda representação de Deus por mão do homem.
O Deuteronómio explica: “Uma vez que nenhuma forma vistes no dia em que o Senhor vos falou no Horebe, do meio do fogo, não vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de ídolo...”(Dt 4.15-16)... No entanto, desde o Antigo Testamento, Deus ordenou ou permitiu a instituição de imagens que conduziriam simbolicamente à salvação por
meio do Verbo encarnado, como são a serpente de bronze, a Arca da Aliança e os querubins.
Foi fundamentando-se no mistério do Verbo encarnado que o sétimo Concílio ecuménico, em Nicéia (em 787), justificou, contra os iconoclastas, o culto dos ícones : os de Cristo, mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos. Ao se encarnar, o Filho de Deus inaugurou uma nova “economia ”das imagens. O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. De fato, “a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original, e quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está pintada. A honra prestada às santas imagens é uma “ veneração respeitosa”, e não uma adoração, que só compete a Deus. O culto às imagens sagradas está fundamentado no mistério da encarnação do Verbo de Deus. Não contraria o primeiro mandamento” (C.I.C. p. 560-562, # 2129-2132, 2141).
Analisando as explicações acima
a) “O mandamento divino INCLUÍA a representação de toda representação de Deus por mãos do homem”.
O mandamento divino incluía? Não, o mandamento inclui, está vigente. A cruz não aboliu as Dez Palavras. As leis cerimoniais sim, foram abolidas. O Decálogo é, no varejo, o que Jesus disse no atacado: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento”, e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.35-40; Deuteronómio 6.5; 10.12; 30.6; Levítico 19.18). Num coração cheio do amor de Deus e do amor a Deus não há espaço para a adoração de pessoas ou de coisas. Em Mateus 5.17, Jesus afirma: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir" (ARC) ou: "Não pensem que eu vim acabar com a Lei de Moisés e os ensinamentos dos profetas. Não vim acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo."
(BLH). A seguir Jesus exemplifica o novo sentido à lei: se pensar em matar, já pecou e descumpriu a lei; se pensar em adulterar, já pecou.
b) “No entanto, Deus ordenou... a serpente de bronze, a Arca da Aliança, os querubins”...
A Arca da Aliança e os querubins passaram. Eles faziam parte de cerimónias e símbolos instituídos por Deus, de acordo com sua infinita sabedoria e soberana vontade, para melhor conduzir o povo em sua fé. Agora, vindo Cristo, temos “um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue...” (Hebreus 9.11).
A serpente de bronze - Este símbolo tão zelosamente defendido pela Igreja de Roma foi
um remédio específico para um mal específico numa situação especial (Números 21.7-9).
Agora, já não precisamos de figuras para nossos males físicos e espirituais. Como disse
João Ferreira de Almeida, “o poder vivificante da serpente de metal prefigura a morte sacrificial de Jesus Cristo, levantado que foi na cruz para dar vida a todos que para Ele olharem com fé”.
O próprio Jesus assim se manifestou: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.14-15). Deus não recomendou o culto, a homenagem ou a veneração à serpente. Por isso, o rei Ezequias, temente e reto aos olhos do Senhor, destruiu-a ao perceber que o povo lhe prestava culto (2 Reis 18.4). Ademais, não se vê em Atos dos Apóstolos qualquer indício de uso de figuras, ícones ou imagens destinados a facilitar a compreensão e conduzir os fiéis à salvação.
Com relação a símbolos e cerimónias do Antigo Testamento, devemos considerar que em Cristo estamos sob a égide de uma Nova Aliança ou Novo Testamento firmada em Seu sangue (1 Coríntios 11.25). Logo, “dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar” (Hebreus 8.13). Devemos observar que a ideia de fazer imagens e querubins foi de Deus, e não de Moisés. Com relação a nós, Deus proíbe terminantemente o uso de imagens. É Deus que nos proíbe, que nos condena.
Os querubins estavam no propiciatório - espécie de lâmina rectangular de ouro - sobre a Arca da Aliança que era guardada no lugar santíssimo do Tabernáculo (Êxodo 25.17-22).O acesso a esse lugar, só uma vez por ano, era restrito ao Sumo-sacerdote (Êxodo 25.17-22; 40.13; Hebreus 9.7). Ao povo não era permitido ver os querubins ou adorá-los. Aos fiéis não foi permitido reproduzir as imagens da serpente e dos querubins para serem veneradas.
c) “... o sétimo Concílio ecuménico, em Nicéia (em 787), justificou... o culto dos ícones
: os de Cristo, mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos. O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. De fato, “a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original, e quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está pintada. A honra prestada às santas imagens é uma “veneração respeitosa”, e não uma adoração, que só Não contraria o primeiro mandamento”.
Ora, se o mandamento proíbe o culto aos ídolos, então o culto aos ídolos é proibido.
Desculpem-me os leitores pelo óbvio. Portanto, o culto às imagens contraria o mandamento.
Se contraria, é pecado cultuá-las. O Concílio de Nicéia justificou, mas são justificativas de homens. A

26/02/2012

CONCEBIDA SEM PECADO


O que diz a Tradição:
"Desde o primeiro instante de sua concepção, foi totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo o pecado pessoal ao longo de toda a sua vida" (C.I.C. p. 143, # 508). "Pela graça de Deus, Maria permaneceu puro de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida" (C.I.C. p. 139, # 493).
Contestação - As expressões "concebida sem pecado" e "imaculada" são comuns nas rezas e escritos romanos. O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi definido no ano de 1854. A única forma de Maria ter sido gerada sem pecado seria mediante a intervenção directa do Espírito Santo no ventre de sua mãe, tal como aconteceu com Jesus. E essa excepção teria registo prioritário na Bíblia.
Contrariando a Tradição, a Palavra de Deus declara de modo enfático, sem rodeios: "POIS TODOS PECARAM E DESTITUÍDOS ESTÃO DA GLÓRIA DE DEUS, E SÃO JUSTIFICADOS GRATUITAMENTE PELA SUA GRAÇA, PELA REDENÇÃO QUE HÁ EM CRISTO JESUS" (Romanos 3.23). Como resultado da desobediência de Adão e Eva, TODOS somos pecadores; todos herdamos a natureza pecaminosa do primeiro casal; todos fomos atingidos pelo "pecado original". A Bíblia fala em TODOS. Todos, sem excepção. Dos santos do Antigo
Testamento (Noé, Abraão, Moisés, Josué, Davi, Elias, Isaías, dentre outros) aos do Novo Testamento (Mateus, João, João Batista, Paulo, Pedro, José, Maria e outros), todos pecaram e necessitaram da graça de Deus para serem justificados. No Salmo 51.5, Davi reconhece a sua propensão natural para o pecado: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. Maria venceu essa natureza pecaminosa porque confiava e cria em Deus, seu Salvador (Lucas 1.46-47).
E ainda: "PELO QUE, COMO POR UM HOMEM ENTROU O PECADO NO MUNDO, E PELO PECADO A MORTE, ASSIM TAMBÉM A MORTE PASSOU A TODOS OS HOMENS, PORQUE TODOS PECARAM" (Rm 5.12). Ora, "semente gera semente da mesma espécie".
Uma semente de manga vai gerar manga. Assim acontece com a laranja, com o abacate e com as demais frutas. Assim aconteceu com os homens. Somos da semente de Adão. Jesus foi o único que não herdou a maldição do pecado porque Ele foi gerado pelo Espírito Santo.
"Todos estão debaixo do pecado. Não há um justo. Nem um sequer" (Rm 3.9c, 10). Em lugar nenhum da Bíblia está escrito que a santa Maria foi uma excepção. Maria está incluída no "TODOS PECARAM". A própria Maria, mãe de Jesus, reconheceu ser pecadora, quando disse: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador" (Lc 1.46-47). Ora, uma pessoa sem mácula, sem mancha, sem pecado não precisa de Salvador. Ela declarou que sua alma necessitava ser salva. Ela clamou pela graça salvadora de Deus, pois "pela graça somos salvos, mediante a nossa fé" (Efésios 2.8).
De Jesus, porém, a Bíblia diz que "Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano" (1 Pedro 2.22). Jesus era humano, contudo sem pecado (2 Co 5.21; Hb 4.15; 1 Pedro 3.18; 1 João 3.3). A Bíblia não faz semelhante afirmação com respeito a Maria, porquanto ela está inclusa no "Todos pecaram". Assim diz a Palavra de Deus.
Em oposição a essa verdade, dizem os romanistas que para gerar um ser puro - Jesus – Maria teria que ser de igual modo pura, porque um ser impuro não poderia acolher um ser puro. Ora, se admitido como verdadeiro e correto tal raciocínio, teríamos de admitir que a mãe de Maria deveria ser também pura para carregar no seu ventre uma pessoa imaculada. A avó de Maria, por sua vez, teria que ser pura. E, nesse passo, chegaríamos ao primeiro casal Adão e Eva. E estaríamos dizendo que a Palavra de Deus é mentirosa, quando afirma: Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3.23; 5.12).
Vejamos mais alguns versículos que confirmam a extensão do pecado de Adão e Eva a todos: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5.21). "Não há justo, nem sequer um" (Romanos 3.10). "Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado." (Gálatas 3.22). "Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque" (Eclesiastes 7.20).

15/02/2012

O PAPADO E A INFLIBILIDADE


O catolicismo ensina o dogma da infalibilidade do Pontífice Romano. Isso não foi declarado pela igreja até 1870, ainda que através do lema da igreja, o Semper idem (“sempre o mesmo”), afirma-se que a igreja sempre manteve isso, desde o primeiro papa, o apóstolo Pedro! (Catecismo 80-82, 85).
O papa, como vigário (delegado, substituto, representante) de Cristo, é considerado infalível somente quando ele fala “ex cathedra” (“da cadeira”). Mas, como a referência abaixo deixa muito claro, essa tradição, junto com outras tradições da igreja, é considerada autoritária como a Bíblia.
Como consequência, a Igreja, a quem a transmissão e interpretação da Revelação foi confiada, não deriva sua segurança de todas as verdades reveladas apenas das Sagradas Escrituras. Ambas, a Bíblia e a tradição devem ser aceitas e honradas com igual sentimento de devoção e reverência.
-Catecismo 82
Portanto, para o católico romano, a submissão ao ensino formal da tradição da igreja é tão importante quanto a submissão às Escrituras.
A Reforma Protestante restaurou ao corpo de Cristo a doutrina do sola scriptura (“Somente as Escrituras”). A fé católica romana tem demonstrado desejo de alçar o papa acima de Jesus Cristo e da Bíblia, concedendo-lhe o direito de anular a Bíblia por meio das bulas papais. A consciência de um protestante bíblico (como Martinho Lutero) está ligada somente à Bíblia. "As escrituras do Velho e Novo Testamentos são a Palavra de Deus, a única regra infalível para a fé e a vida." Não pode haver duas. As tradições das igrejas são de valor histórico, não mais que isso. Mas estas devem sempre estar subordinadas, sendo constantemente corrigidas pelas Escrituras, que são a única Palavra de Deus.

09/02/2012

FOI MARIA CONCEBIDA SEM PECADO


O que diz a Tradição:
"Desde o primeiro instante de sua concepção, foi totalmente preservada da mancha do pecado original e permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida" (C.I.C. p. 143, # 508). "Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de toda a sua vida" (C.I.C. p. 139, # 493).
Contestação - As expressões "concebida sem pecado" e "imaculada" são comuns nas rezas e escritos romanos. O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi definido no ano de 1854.
A única forma de Maria ter sido gerada sem pecado seria mediante a intervenção direta do Espírito Santo no ventre de sua mãe, tal como aconteceu com Jesus. E essa exceção teria registo prioritário na Bíblia.
Contrariando a Tradição, a Palavra de Deus declara de modo enfático, sem rodeios: "POIS TODOS PECARAM E DESTITUÍDOS ESTÃO DA GLÓRIA DE DEUS, E SÃO JUSTIFICADOS GRATUITAMENTE PELA SUA GRAÇA, PELA REDENÇÃO QUE HÁ EM CRISTO JESUS" (Romanos 3.23). Como resultado da desobediência de Adão e Eva, TODOS somos pecadores; todos herdamos a natureza pecaminosa do primeiro casal; todos fomos atingidos pelo "pecado original". A Bíblia fala em TODOS. Todos, sem exceção. Dos santos do Antigo Testamento (Noé, Abraão, Moisés, Josué, Davi, Elias, Isaías, dentre outros) aos do Novo Testamento (Mateus, João, João Batista, Paulo, Pedro, José, Maria e outros), todos pecaram e necessitaram da graça de Deus para serem justificados. No Salmo 51.5, Davi reconhece a sua propensão natural para o pecado: “Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. Maria venceu essa natureza pecaminosa porque confiava e cria em Deus, seu Salvador (Lucas 1.46-47).
E ainda: "PELO QUE, COMO POR UM HOMEM ENTROU O PECADO NO MUNDO, E PELO
PECADO A MORTE, ASSIM TAMBÉM A MORTE PASSOU A TODOS OS HOMENS, PORQUE TODOS PECARAM" (Rm 5.12). Ora, "semente gera semente da mesma espécie".
Uma semente de manga vai gerar manga. Assim acontece com a laranja, com o abacate e com as demais frutas. Assim aconteceu com os homens. Somos da semente de Adão. Jesus foi o único que não herdou a maldição do pecado porque Ele foi gerado pelo Espírito Santo.
"Todos estão debaixo do pecado. Não há um justo. Nem um sequer" (Rm 3.9c, 10). Em lugar
nenhum da Bíblia está escrito que a santa Maria foi uma exceção. Maria está incluída no
"TODOS PECARAM". A própria Maria, mãe de Jesus, reconheceu ser pecadora, quando disse: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meuSalvador" (Lc 1.46-47). Ora, uma pessoa sem mácula, sem mancha, sem pecado não precisa de Salvador. Ela declarou que a sua alma necessitava ser salva. Ela clamou pela graça salvadora de Deus, pois "pela graça somos salvos, mediante a nossa fé" (Efésios 2.8).
De Jesus, porém, a Bíblia diz que "Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano" (1 Pedro 2.22). Jesus era humano, contudo sem pecado (2 Co 5.21; Hb 4.15; 1 Pe. 3.18; 1 Jo 3.3). A Bíblia não faz semelhante afirmação com respeito a Maria, porquanto ela está inclusa no "Todos pecaram". Assim diz a Palavra de Deus.
Em oposição a essa verdade, dizem os romanistas que para gerar um ser puro - Jesus - Maria teria que ser de igual modo pura, porque um ser impuro não poderia acolher um ser puro. Ora, se admitido como verdadeiro e correto tal raciocínio, teríamos de admitir que a mãe de Maria deveria ser também pura para carregar no seu ventre uma pessoa imaculada. A avó de Maria, por sua vez, teria que ser pura. E, nesse passo, chegaríamos ao primeiro casal Adão e Eva. E estaríamos a dizer que a Palavra de Deus é mentirosa, quando afirma: Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3.23; 5.12).
Vejamos mais alguns versículos que confirmam a extensão do pecado de Adão e Eva a todos: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5.21). "Não há justo, nem sequer um" (Romanos 3.10). "Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado." (Gálatas 3.22). "Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque" (Eclesiastes 7.20).

07/02/2012

A TRADIÇÃO CATÓLICA

“E assim invalidastes, por vossa tradição, o mandamento de Deus. Hipócritas, bem profetizaram Isaías, a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são mandamentos dos homens” (Mateus 15.6-9).
A Tradição é a palavra de Deus não escrita, mas comunicada de viva voz por Jesus Cristo e pelos Apóstolos, e que chegou sem alteração, de século em século, por meio da Igreja, até nós. Os ensinamentos da Tradição acham-se principalmente nos decretos dos Concílios, nos escritos dos Santos Padres, nos atos da Santa Sé, nas palavras e nos usos da Sagrada Liturgia. A Tradição deve ter-se na mesma consideração em que se tem a palavra de Deus contida na Sagrada Escritura, pois as verdades que Deus revelou acham-se na Sagrada Escritura e na Tradição. (Catecismo Maior de São Pio X)
Segundo o entendimento do Vaticano, a Tradição tem valor igual à Palavra de Deus. Vejamos o que diz esta Igreja no "Catecismo da Igreja Católica" (C.I.C.):
"Fica, portanto, claro que segundo o sapientíssimo plano divino, a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal modo entrelaçados e unidos que um não tem consistência sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas" (C.I.C. p.
38, # 95)

"O que Cristo confiou aos apóstolos, estes o transmitiram por sua pregação e por escrito, sob a inspiração do Espírito Santo, a todas as gerações, até a volta gloriosa de Cristo. A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só sagrado depósito da Palavra de Deus." (C.I.C. p.38, # 96 e 97).

Como a Tradição é sagrada e tem autoridade igual à Palavra de Deus, ela dá-se ao luxo de criar dogmas, inventar coisas e até ir contra a Bíblia Sagrada. Exemplo: A Tradição diz que Maria é nossa advogada, auxiliadora, protetora e medianeira (C.I.C. p. 274, # 969). A Bíblia diz que "só há um Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1Timóteo 2.5). A Tradição diz que Maria é a Mãe de Deus. A Bíblia diz que Deus é eterno, imutável, omnipotente, omnisciente, omnipresente, sendo, como tal, um ser incriado, não gerado; não podendo ter mãe, nem pai. Temos de admitir que é um absurdo a declaração de que a Palavra de Deus só pode contribuir eficazmente para a salvação das almas se atuar junto com a Sagrada Tradição (C.I.C. p.38, # 95). Vejamos mais: "O encargo de interpretar autenticamente a Palavra de Deus foi confiado exclusivamente ao Magistério da Igreja, ao Papa e aos bispos em comunhão com ele" (C.I.C. p. 38, # 100).

Seria o caso de se perguntar quem foi que confiou à Igreja Católica a exclusiva missão de bem interpretar as Escrituras? Eis aí a razão por que essa denominação não incentiva a leitura da Bíblia entre seus fiéis. Se os católicos não sabem, não podem e não devem interpretar a Palavra de Deus – ainda que formados em Teologia – para que usariam a Bíblia?

Vejamos o que diz a Palavra: "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra" (2 Timóteo 3.16).
"Sabendo primeiramente, isto, que nenhuma profecia da
Escritura provém de particular interpretação" (2 Pedro 1.20).
Paulo recomenda o estudo da Bíblia: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2
Timóteo 2.15).
Jesus recomendou: "Examinai as Escrituras..." (João 5.39).

Como vimos, a Bíblia Sagrada deve ser lida, analisada, interpretada por todos, principalmente pelos filhos de Deus, ou seja, os que se convertem ao Senhor Jesus e são “feitos filhos de Deus” (João 1.12). Cabe às denominações cristãs orientar os irmãos na leitura, mas nunca lhes tirar o direito ao livre exame das Escrituras.